Ariano Suassuna e o Gesta

Em cada um dos componentes do grupo Gesta, a relação de pertencimento e identidade com a figura de Ariano se deu de maneira peculiar.

E, do mesmo modo, Ariano foi, pouco a pouco, percebendo no grupo uma possibilidade de continuidade de seu pensamento, de seu projeto para o Brasil.

Ariano diz em seu texto para o Álbum “A Chave de Ouro do Reino do Vai-não-Volta” (CPC-UMES/2004) que era atacado por seus inimigos no Recife, que diziam a ele que o Armorial ficaria para sempre restrito ao gueto nordestino.

Colocava nestes termos e -comprovando vitoriosamente que seus opositores estavam errados – afirmava: “E o Gesta é do Rio de Janeiro!”.

De fato, o Gesta sempre reverenciou a maestria e sensibilidade expressiva do trabalho de Ariano, suas fontes, os mestres populares que citava e apresentava, sua construção estética do Movimento Armorial, sua relação atávica com sua terra – Taperoá, o reino que em criança foi seu refúgio nos tristes tempos do assassinato de seu pai, o então presidente do Estado da Paraíba, João Suassuna.

Sendo assim, de tantos valores e referências preciosas que nascem em Ariano, reverenciamos o mestre, sempre!, com nosso trabalho.

Não temos a ousadia de nos considerarmos armoriais na acepção estrita do termo. Não nos avaliamos eruditos tal e qual Antônio Madureira, um Egildo Vieira, um Antônio Nóbrega ou uma Aglaia Costa.

Temos um flerte com o que é popular e somos extremamente devotos da expressividade rascante da rabeca, do marimbau, das toadas e dos triscados das violas nordestinas e caipiras. Tudo isso junto, com a mão de nossa geração, que é originária de outros espaços e outras escolas e vertentes.

E é por esse torto caminho que encontramos Ariano. Que gentilmente nos colocava ao seu lado enquanto armoriais.

E se o mestre falou… Quem há de desdizê-lo? Como fala nos manuscritos que colocamos aqui, nesta página, onde rabiscou o texto que vai no encarte de nosso álbum.

Axé, Ariano Suassuna!

Com Ariano no CCBB - Brasília | 2006

(...)"o que fez com que, ao gravá-lo, eu me sentisse como um velho Aedo e Cantador, que recitasse a abertura de sua "epopéia" ao som de uma Rabeca, que lhe deu uma força que eu nunca sonhei poder atingir"

Ariano Suassuna

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